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17/4 - Carta do Dia: NOVE DE COPAS

O Nove de Copas é a ‘Carta dos Desejos’. É uma carta positiva que fala da realização dos seus desejos.  Ela fala de grande sucesso, especialmente sucesso material. Ela representa o triunfo, a vitória e o bem-estar financeiro. O gozo de boas relações pessoais, amor e amizade, bem como  circunstâncias materiais confortáveis.

O Nove de Copas indica que você poderá realizar os seus desejos, sim. Porém, ‘cuidado com o que deseja’, como bem lembra o ditado. Como se está diante da possibilidade da realização deste desejo, é preciso avaliar bem o que se quer. Por isso atente para o significado do número nove da carta. O nove está associado com a Lua. Assim, sonhos e delírios desempenham um papel importante nesta carta. O que você tem sonhado para a sua vida? Seja uma conquista material, seja um romance, deve-se estar certo de que a concretização desse desejo tem base no profundo anseio de sua alma.  Do contrário, a realização destes desejos pode gerar culpa e arrependimentos, na medida que você pode descobrir que aquilo que você conseguiu não trouxe exatamente a felicidade que você achava que teria.


Falando em desejo, lembro de Lacan e de suas palavras quase poéticas sobre o desejo: ‘’O desejo tem um caráter radicalmente rasgado’’, dizia ele. Faço minhas as palavras do mestre:

“O que foi que tentei fazer entender com o estádio do espelho? Que aquilo que existe no homem de desvinculado, de despedaçado, de anárquico, estabelece sua relação com suas percepções no plano de uma tensão totalmente original. É a imagem de seu corpo que é o princípio de toda unidade que ele percebe nos objetos. Ora, desta própria imagem ele só percebe a unidade do lado de fora e de maneira antecipada. Devido a esta relação dupla que tem consigo mesmo, é sempre ao redor da sombra errante do seu próprio eu que vão se estruturando todos os objetos do seu mundo. Terão todos um caráter antropomórfico, podemos até dizer egomórfico. É nesta percepção que é evocada para o homem, a todo instante, sua unidade ideal, que como tal nunca é atingida e que a todo instante lhe escapa. O objeto, para ele, nunca é definitivamente o derradeiro objeto, a não ser em certas experiências excepcionais. Mas este se apresenta, então como um objeto do qual o homem está irremediavelmente separado, e que lhe mostra a figura mesma de sua deiscência dentro do mundo – objeto que por essência o destrói, o angustia, que não pode alcançar, no qual não pode verdadeiramente encontrar sua reconciliação, sua aderência no mundo, sua complementaridade perfeita no plano do desejo. O desejo tem um caráter radicalmente rasgado. A própria imagem do homem fornece uma mediação, sempre imaginária, sempre problemática que não se acha, pois nunca é completamente efetivada. Ela se mantém através de uma sucessão de experiência instantâneas, e esta experiência ou bem aliena o homem de si próprio ou bem vai dar numa destruição numa negação do objeto (…)” (Lacan em Os Esquemas Freudianos)

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